Alimentação saudável, só que não

Pesquisa em vários países mostra que populações querem melhorar o cardápio, mas não conseguem

 

5 dicas para evitar o sedentarismo na infância

Crianças não gostam de ficar paradas. Veja como aproveitar essa característica para ajudá-las a estabelecer bons hábitos desde cedo

“A primeira e a segunda infância são os períodos sensíveis para a aprendizagem, e com a atividade física não é diferente”, explica o professor de educação física Rafael Braga, da PUC-PR. A seguir, ele e Marcelo Eduardo Souza Nunes, professor de educação física da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I do Colégio Albert Sabin (SP), dão dicas preciosas para ensinar a criançada a mexer o corpo.

1 – Crianças são naturalmente ativas. Gostam de correr, pular, brincar. Tire proveito de disso e dê preferência para brinquedos que promovam o gasto de energia, como bolas, cordas, bicicleta. Já que é impossível fugir dos videogames, convide seus filhos para testar as versões com sensores de movimento, como Wii e Kinect;

2 – Se não há espaço suficiente em casa para atividades físicas, ocupe outras áreas livres como playgrounds e praças. Ciclovias em grandes avenidas, que têm pistas fechadas nos fins de semana, estão na moda nos grandes centros. A prática também favorece a interação com outras crianças, um dos fatores que vai engajá-la na atividade física;

3 – Cursos extracurriculares (danças, lutas e outros esportes) são uma boa opção para manter os pequenos sempre em movimento. Para cultivar o interesse da criança, deixe que ela escolha o que mais lhe atrai: não é por que você quis ser bailarina que a sua filha vai querer também, certo?;

4 – Dê o exemplo. Que tal acompanhar seu filho no clube ou academia e aproveitar para fazer exercício no mesmo horário que ele? O passeio é importante não apenas pela atividade física em si, mas também para a criança associar a prática a um programa de família;

5 – Em vez de passar a tarde de sábado no shopping, leve-o para andar de bicicleta no parque. Além de se divertir, vocês vão gastar calorias e criar um hábito saudável que há grandes chances de ser preservado pela criança no futuro.

Pesquisa do HCor aponta eficácia da atividade física na recuperação de pacientes cardíacos

Estudo clínico do Serviço de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica apontou que 98% dos pacientes com doenças cardiovasculares apresentaram evolução efetiva na recuperação por meio de musculação e exercícios aeróbicos supervisionados
Pesquisa do Serviço de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica do HCor apontou que 98% dos pacientes avaliados que fizeram tratamento pelo Programa de Reabilitação do hospital obtiveram melhora na capacidade de oxigenação, aumento da força muscular cardíaca e maior tolerância ao exercício físico, além da redução de massa gorda, ganho de massa magra, bem como na melhora na qualidade de vida.
Segundo o responsável pela da pesquisa, Dr. Carlos Hossri e pelo Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica do HCor, 78% dos analisados já haviam sido submetidos a algum tipo de procedimento invasivo (ponte de safena, mamária ou angioplastia coronária com stent, correção de cardiopatias congênita e de doenças pulmonares). “A resposta obtida pela reabilitação foi tão satisfatória que o questionário de qualidade de vida ficou semelhante ou até mesmo superior ao de indivíduos normais”, explica o Dr. Hossri.
Entre 2011 e 2013 foram avaliados 106 pacientes com doença coronariana por meio de aplicação de questionário e diferentes tipos de testes de esforço, antes e depois dos pacientes iniciarem o tratamento pela Reabilitação Cardiopulmonar. Após três meses do Programa de Reabilitação, 98% dos pacientes apresentaram qualidade de vida igual ou superior quando comparados a indivíduos sem doença cardíaca.
De acordo com o responsável pela pesquisa ocorreram melhoras significativas em todos os aspectos, especialmente nos índices de qualidade de vida desses pacientes. “O Programa de Reabilitação Cardiopulmonar recomendado, monitorado e supervisionado promove melhoria na qualidade de vida dos pacientes com doenças cardíacas e pulmonares mais graves”, finaliza Dr. Hossri.
Personagens
“Gosto de romper barreiras, já que anseio por desafios. Pude desempenhar atividades físicas com segurança, já que há uma equipe multidisciplinar me assistindo”, explica Lucy Carvallaro, 52 anos.
Ela sofre com tetralogia de falott, doença congênita, com quatro tipos de defeitos no coração. Já passou por três procedimentos cirúrgicos diferentes, sendo o primeiro aos 5 anos de idade, o segundo com 18 anos e em 2014 realizou a última cirurgia. Depois disso, em menos de um ano passou a frequentar o Programa de Reabilitação Cardiopulmonar.
Em aproximadamente oito meses percebeu uma evolução no quadro de saúde. As crises de asma que a acompanhava diminuíram muito e já é possível reverte-la sem remédios, além de conseguir realizar mais atividades físicas, tanto pelo programa do hospital, quanto no clube que frequenta.
Disposição, ânimo e melhora na respiração são as percepções do bancário Nelson Sanchez, de 50 anos.
Aos 14 anos foi diagnosticado com diabetes tipo I, um dos principais fatores de risco para doenças no coração. Aos 38 anos foi submetido a duas pontes de safena e uma ponte mamária. No ano de 2008 veio o diagnóstico de uma ponte e duas outras artérias ocluídas. Já em 2013, um ano depois da implantação de dois stents, Sr. Nelson recorreu ao Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e, quatro meses depois, ele percebeu uma melhora significativa na saúde, sem contar as dores que ele sentia no peito, que foram amenizadas.
Sobre o Programa de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica do HCor:
O programa é sugerido a todos os indivíduos portadores de risco para o desenvolvimento de doença arterial coronariana como indivíduos que já realizaram procedimentos invasivos como: angioplastia; revascularização do miocárdio, transplante cardíaco, implante de marca-passo ou cardiodesfibrilador implantável (CDI), cirurgia de válvulas, entre outras.
A reabilitação cardiopulmonar está indicada a todos os pacientes que apresentam falta de ar, limitação ao exercício pelo cansaço e fadiga, bem como restrição nas atividades de vida diária.
O objetivo do programa de Reabilitação Cardiopulmonar e Metabólica do HCor é reduzir os sintomas de fraqueza, diminuir a dispneia (falta de ar), melhorar a qualidade de vida e aumentar a participação dos pacientes nas atividades da vida diária propiciando o retorno mais precoce à atividade produtiva e ou lazer. Nesta modalidade de reabilitação é recomendado o treinamento com exercícios monitorados e supervisionados, o que propicia maior efetividade e segurança durante o tratamento do paciente.

Estresse e tédio podem levar à obesidade infantil

Profissionais orientam aos pais sobre má alimentação e sedentarismo; principais causadores da doença

Quase metade das crianças brasileiras de cinco a nove anos tem obesidade ou sobrepeso, é o que revela pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Alimentação inadequada e sedentarismo são os principais vilões. Outros fatores podem aumentar ainda mais o risco, entre eles, o psicológico, como estresse ou tédio, que levam as crianças a comerem mais que o indicado.

A psicóloga Mariana Baptista explica que a obesidade infantil acarreta os aspectos psicológicos tanto como causa, quanto consequência. “Existem estudos que mostram como causa a dificuldade de adaptação, na entrada da vida escolar, separação de pais, nascimento de irmão ou mudança de cidade. A ansiedade, uma emoção como outra qualquer, que, em excesso, pode levar a criança a descontar na alimentação, principalmente se ela não gasta a energia com atividades físicas e brincadeiras”. Entre as consequências, a psicóloga destaca o isolamento social. “A criança pode sofrer insultos e ser desmerecido por sua condição tanto por colegas quanto pelos próprios parentes”, disse a psicóloga acrescentando ainda que, em casos mais extremos, a obesidade pode levar até a depressão infantil.

Ainda de acordo com Mariana, para lidar com a ansiedade e impor limites os pais podem procurar um psicólogo para orientação. “Caso percebam mudança de comportamento, como irritabilidade ou isolamento, podem buscar um psiquiatra infantil para caso de medicação. O psicólogo vai ajudar a criança a lidar com os sentimentos negativos”, informou.

De acordo com a nutricionista Thaysa Lopes, a alimentação saudável pode começar a ser incentivada ainda na primeira infância, quando os novos alimentos são apresentados ao bebê. “À medida que a criança cresce, os pais podem incentivá-los através de brincadeiras e usando a criatividade no momento da apresentação desses alimentos, sem que seja necessário lançar mão de chantagens ou “esconder” os vegetais. Isso pode até fazer a criança engolir, mas não vai criar um hábito de alimentação saudável. O ambiente familiar também determina o comportamento da criança até a idade adulta. Os pais são vistos como um exemplo a ser seguido pelos pequenos. Se a mãe ou o pai se recusa a comer alimentos saudáveis, será difícil convencer a criança a ingeri-los”, destacou Thaysa, acrescentando ainda que os alimentos que mais têm prejudicado a saúde das crianças são os fast foods, refrigerantes, alimentos industrializados e congelados, doces e frituras.

Ainda segundo a nutricionista, já no caso de obesidade o ideal seria, além da redução desses alimentos “perigosos”, a inserção de todos os grupos de alimentos no cardápio infantil. Uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes, grãos, cereais e sementes seria o mais adequado, além da prática de atividade física.

A professora de educação física Elaine de Almeida fala sobre a importância de incentivar as crianças desde cedo à prática de atividades físicas. “As crianças de hoje destinam maior parte do tempo a games e internet, deixando de lado as brincadeiras e atividades físicas e o estimulo ao desenvolvimento psicomotor, cuja fase fundamental acontece dos dois aos sete anos de idade. É importante que os pais incentivem, desde cedo, as crianças a praticarem algum esporte, levando em parques para brincar, colocando em aulas de natação, futebol, ginástica, entre outras modalidades”, conclui.

Creches brasileiras começam a receber suplementação nutricional

Estratégia pode reduzir em até 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro na infância

Com o objetivo de prevenir anemia e controlar carências nutricionais na infância, o Ministério da Saúde realiza, nesta segunda-feira (2), o lançamento nacional do NutriSUS, estratégia que beneficiará mais de 330 mil crianças de 1.717 municípios brasileiros.

Para a ação, que estará presente em 6.864 creches, o Ministério da Saúde investiu R$ 7,5 milhões para a aquisição de sachês de vitaminas e minerais que irão fortificar a alimentação ofertada nas creches participantes do Programa Saúde na Escola (PSE).

Para 2015 está previsto um investimento de R$ 12,5 milhões visando a compra de 40 milhões de sachês. Os sachês multivitamínicos da ação, feita em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) e Ministério da Educação, começarão a ser utilizados na suplementação das crianças já no primeiro semestre do ano letivo.

Confira a apresentação

A definição das creches que receberão a suplementação alimentar nessa primeira fase do programa levou em consideração àquelas com mais de 95% das crianças com idade entre 6 e 48 meses, municípios da região Norte e Nordeste e creches dos municípios do Sul, Sudeste e Centro-Oeste com mais de 110 crianças na faixa prioritária.

O Nordeste será a região com o maior número de creches participantes, contabilizando 4.393 unidades. Em seguida vem a região Sudeste – com 1.233, a região Sul, com 599 unidades, e a região Norte com 353. A região Centro-Oeste contará com 286 creches na iniciativa.

No Brasil, estima-se que uma em cada cinco crianças menores de cinco anos apresentem anemia, sendo mais frequente em menores de dois anos. A expectativa é que a suplementação alimentar reduza este índice.

De acordo com o Estudo Nacional de Fortificação da Alimentação Complementar (ENFAC), realizado pelo Ministério em parceria com a USP, a suplementação reduz em 38% os casos de anemia e em 20% a deficiência de ferro após o uso do sachê em pó. A participação no programa é voluntária e depende do interesse do gestor municipal em aderir à iniciativa por meio do PSE.

“Para garantir o pleno desenvolvimento na infância é fundamental fazer uma complementação com micronutrientes que permita o enfrentamento não só da mortalidade, mas também das infecções, desnutrição e obesidade. Por isso, é um grande desafio garantir uma alimentação saudável e fortificada para as nossas crianças. Desta forma contribuímos para termos crianças mais saudáveis”, avaliou o ministro da Saúde, Arthur Chioro.

A estratégia já funciona como projeto piloto em 470 creches de 151 municípios e beneficia mais de 29 mil crianças. A falta de micronutrientes nos primeiros anos de vida pode prejudicar o desenvolvimento, causar doenças infecciosas e respiratórias, levar à desnutrição e ate à morte, sobretudo nas populações com menor renda, que tem menos acesso à alimentação adequada. Uma alimentação equilibrada é um dos fatores para garantir o crescimento e desenvolvimento saudável.

O sachê entregue para as creches é composto de 15 micronutrientes e é facilmente administrado, devendo ser adicionado uma vez ao dia em uma das refeições oferecidas à criança.

O suplemento não altera o sabor do alimento, o que evita rejeição, é de fácil absorção pelo organismo e não causa irritação gástrica. O consumo do sachê deve ser feito durante 60 dias e ter uma pausa entre três e quatro meses. O ciclo deverá se repetir até a criança completar três anos e onze meses.

“Não estamos substituindo a merenda escolar de maneira alguma. A fortificação não altera o sabor da comida servida na creche, ela apenas complementa a alimentação diária, desta forma as crianças estão ingerindo os micronutrientes de forma saudável”, esclarece o ministro.

A estratégia está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) que recomenda a fortificação com múltiplos micronutrientes para aumentar a ingestão de vitaminas e minerais em crianças. Aproximadamente 50 países usam essa estratégia ou estão em fase de implantação. A ação integra o Brasil Carinhoso, que compõe o Plano Brasil Sem Miséria do governo federal.

Indústria nacional

Para a produção do sachê de micronutrientes no mercado nacional, foi firmada uma Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) com o Laboratório Farmacêutico da Marinha do Brasil (LFM).  A previsão é  que a transferência completa da tecnologia seja finalizada em cinco anos. O primeiro lote do sachê produzido no Brasil começará a ser distribuído a partir de 2015.

A PDP articula produtores públicos e privados para a internalização de tecnologias estratégicas para o SUS, utilizando o poder de compra do Estado para reduzir a vulnerabilidade do sistema, bem como ampliando o acesso da população a medicamentos, vacinas, equipamentos e materiais médicos. Atualmente, há 104 PDPs firmadas para produção de 66 medicamentos, 7 vacinas, 19 produtos para saúde e 5 projetos de pesquisa e desenvolvimento (P&D).

Saúde na escola

Criado em 2007 pelo governo federal, o Programa Saúde na Escola é uma parceria entre os ministérios da Saúde e da Educação para promover a melhoria da qualidade de vida dos estudantes da rede pública de ensino.

Voltado à promoção da saúde e a prevenção de doenças e agravos, o programa prevê a ida de profissionais de saúde às escolas, de forma articulada com as equipes de educação, para acompanhar as condições de saúde dos estudantes e realizar ações de promoção de estilos de vida saudáveis.

Avaliação e orientação nutricional, incluindo o combate à desnutrição e à obesidade infantil, fazem parte do Programa. Em 2014, aderiram ao PSE 4.787 municípios, que contam com mais de 32 mil Equipes de Atenção Básica e 79 mil escolas, que beneficiam a 18,3 milhões de estudantes em todo o País.

No ano passado, o PSE passou a incluir mais alunos de creches e pré-escolas. Em 2013, foram disponibilizados R$ 39 milhões para execução do PSE nos municípios.

Fonte:

Ministério da Saúde